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Corrupção: coronel da PMDF é suspeito de usar estrutura da polícia para transportar R$ 1 milhão em espécie
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O coronel, Jorge Eduardo Naime, está preso desde 7 de fevereiro, investigado por omissão nos ataques terroristas no dia 8 de janeiro. Denúncia disse que o dinheiro saiu de São Paulo e seguiu para Brasília;
- Por Camilla Ribeiro
- 19/08/2023 13h33 - Atualizado há 1 ano
Jorge Eduardo Naime, coronel da Polícia Militar, ex-chefe do departamento operacional, é suspeito de usar a estrutura da corporação policial para transportar R$ 1 milhão em espécie de São Paulo para a capital do Brasil.
Naime está preso desde fevereiro, além dele outros seis oficiais foram alvos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal em operação nesta sexta-feira (18).
Segundo a denúncia que foi apresentada pela PGR, Naime mantinha "relações econômicas aparentemente ilícitas com um indivíduo identificado como Sérgio Assis".
Relatos em documentos apontam que o coronel usou a estrutura da corporação para promover o transporte de R$ 1 milhão em espécie no dia 12 de junho de 2021.
"Há indícios de que Naime tenha se utilizado da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal para promover 'escolta' no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro", diz a denúncia.
De acordo com a PGR o transporte do dinheiro em espécie foi feito "sem declaração correspondente e de forma não oficial".
O objetivo seria burlar mecanismos de monitoramento antilavagem e dificultar a identificação da origem, da localização da propriedade e da própria movimentação dos valores.
A defesa do coronel declarou estranheza ao receber a operação desta sexta. "O Naime é inocente e vamos comprovar isso", afirmou o advogado.
A denúncia aponta que as condutas de Naime "só se justificam nos casos em que os recursos possuem origem ilícita, considerando o elevado risco e os maiores custos da operação".
Corrupção
Outro ponto que a PGR analisou é de que o coronel, enquanto Presidente da Associação dos Oficiais da PMDF, realizou contrato com pessoas jurídicas ligadas a Sérgio de Assis para "supostos serviços de assessoria de marketing".
O contrato tinha valor mensal, segundo o relatório, de R$ 8,9 mil. O acordo foi firmado em fevereiro de 2022.
Na semana seguinte, Sérgio passou a efetuar pagamentos mensais em favor de Naime no valor de R$ 8 mil.
"Desse modo, como consectário do contrato, do R$ 8,9 mil que saíram do fluxo de caixa da Associação dos Oficiais da PMDF, R$ 8 mil retornavam para o próprio policial e somente R$ 900 eram retidos por Sérgio Assis", diz o documento.
"Naime, aparentemente, utilizava-se da posição de presidente da Associação para desviar os recursos angariados pela entidade por meio da contribuição de seus próprios pares", afirma a PGR.
A PGR aponta "evidente lesão contínua" aos participantes da Associação dos Oficiais da PMDF, há indícios de corrupção por parte de Naime.
De acordo com o relatório, há comprovantes de que o coronel recebeu diversos depósitos de dinheiro em espécie sem identificação de depositantes e sem indicação de origem.